terça-feira, 15 de abril de 2008

A luz escurece as minhas margens,
brilhantemente
invisivel permaneço.
Estarei quando me quiseres!
Quero a noite
que em ti visivel fico,
reflexo do meu desejo.
Estarei quando me quiseres!
Quero não pedir
o impulso convexo que me encolhe,
a liberdade que me alarga.
Estarei quando me quiseres!
Quero ficar
com presteza, na ida
lento na chegada
Estarei quando me quiseres!

2 comentários:

mjm disse...

"A luz escurece as minhas margens,
brilhantemente invisível permaneço" -- é um achado visual (!)-- que se 'explica' na "noite que em ti visível fico".

A preferência pela expressão "quero não pedir" ao invés de 'não quero pedir' é de uma subtileza atroz -- transforma todo o grupo numa afirmativa, ao invés de uma negativa.

E as dualidades continuam:
o eu enunciante do poema delega no tu objectivado a primazia da vontade e sublinha por 3 vezes (número nada ingénuo, que em si encerra princípio, meio e fim - a tríade Hegeliana da perfeição)

"Estarei quando me quiseres!"
"Estarei quando me quiseres!"
"Estarei quando me quiseres!"

----
Tem sido uma aventura, a ventura das tuas palavras!
Tks

Anónimo disse...

Perplexa e perfeitamente perdida nos meus pensamentos e sentimentos tanto com o que foi escrito, e mais pelo comentário efectuado!!
Existem formas de expressar sentimentos que nos atingem no mais profundo recanto da alma...